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Prezado Jabor, olhe pelo lado bom!

04/11/2009

jabour

Minha primeira aventura pública na internet foi na agência de noticias do IG, Último Segundo, na seção de cultura. Eu escrevia crônicas a convite do colunista Michel Fernandes, do site Aplauso Brasil. Vale o friso de que eu já escrevia,  mas não crônicas e não para a internet.

Agora veio o OBM e, a convite do meu amigo Douglas Freitas, comecei a escrever sobre política. E quando o fato envolve nosso querido presidente Lula então? Acho irresistível. Mas vale aqui um outro friso: continuo escrevendo, mas não só sobre política, não só sobre Lula. Basta ser polêmico para entrar em pauta.

Meu caso está longe de ser isolado. Todos os dias milhares se aventuram na rede. Sem filtro, sem receio e sem medo de todo o ônus e todo o bônus que isso implica. Tem gente de todo o tipo, de Oscar Maroni a Arnaldo Jabor.

Maroni segue faceiro agradecendo e mandando abraços para todos os leitores do seu blog. Bem ao seu estilo, ele comentou aqui no OBM que:

todas as críticas são bem vindas pois o perfume da rosa vem do esterco que lhe jogam nas raizes. Bem opinião é como cú…

Jabor, por sua vez, não parece estar lá muito satisfeito com as novas ferramentas da internet. Em sua coluna no O Tempo Online dessa semana, ele desabafou:

Não estou no “twitter”, não sei o que é o “twitter”, jamais entrarei nesse terreno baldio e, incrivelmente, tenho 26 mil “seguidores” no “twitter”. Quem me pôs lá? Quem foi o canalha que usou meu nome? Jamais saberei. Vivemos no poço escuro da web.”

Enfim, viva a liberdade de expressão. Cada um se expressa como pode ou como julga interessante e coerente. E pode ainda escolher o meio de comunicação mais apropriado para isso. Ele está nos jornais, na rádio, na televisão. Eu estou na internet, em mais um blog do WordPress. Pois bem, vou aproveitar do meu espaço aqui no Onbuddiesman para escrever uma carta aberta ao nosso querido, aclamado, plagiado e revoltado Jabor:

Prezado Arnaldo,

Sinceramente, entendo sua dor. Ainda que tentem, dando às palavras dos outros o status de suas, não se igualarão a você, nem em falta, nem em excesso. Assim como dificilmente se igualariam a mim, ou ao João, ou a Maria. Ainda assim, penso que, na próxima semana, você deveria escrever um agradecimento ao criador do seu falso Twitter. Ainda que ele não consiga esbanjar um incomparável poder de síntese que imagino que você tenha, o pobre coitado só pode atribuir a você 140 caracteres de cada vez.

Para entender, entre no blog do Maroni e imagine se ele dedicasse a você um blog inteiro, com aquele tipo de discurso.  Seu último post somaria, quem sabe,  13.533 caracteres e mais de 108 comentários!

Você diz que na internet seu perfil (leia quem se passa por você na internet) é machista, gay, idiota, corno e fascista. Poderia ser pior… Volte ao blog do Maroni e se esforce para ler alguns parágrafos. Tenho certeza que você vai passar a ver as mensagens curtas do Twitter com outros (bons) olhos e quem sabe até ser mais tolerante com os cacófanos dos outros.

2 Comentários leave one →
  1. Douglas Freitas permalink
    04/11/2009 12:11

    Entendo as razões que levaram Jabor ao desabafo. Deve ser mesmo um saco ter de ler textos que não são seus idolatrados como se fossem.

    Interessante observar que falsos-arnaldos fazem o nome dele, o verdadeiro, se propagar ainda mais, ganhando espaço, fama, vida própria. O que, simploriamente, alimentaria e aumentaria o sucesso de um nome, gera uma raiva que é amplificada a todo o meio em que se propaga, como se tudo fosse farinha do mesmo saco. 8 ou 80, Twitter, blog, e todo o resto, apenas inutilidades!

    Os cacófanos, a pinta ou o modo rude como trata as mulheres é prato cheio para o elogio de alguns e o estopim de uma avalanche de críticas de outros. Ninguém agrada a todo mundo: os fakes amam o texto/estilo/jeito de Jabor e por isso o copiam. Jabor os odeia.

  2. 05/11/2009 12:50

    Bom, vou aproveitar pra dizer ao que eu já disse ao Jabor lá nos comentários do O Tempo Online:

    Tudo tem um preço. Tanto a fama quanto o anonimato. Meu sonho era pessoas dizendo que escreveram textos idiotas em meu nome, veja bem…
    E, outra coisa, as pessoas, são sempre as mesmas, os instrumentos é que mudaram… Mas tudo bem pra mim ouvir a sua indignação.

    E, Ricardo, que bom que apareceu!

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